sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Industria Brasileira sem Motivação.

Industria Brasileira sem Motivação.

Na concepção moderna de Gestão Empresarial, não é nenhuma novidade que as empresas precisem investir em qualidade de trabalho para seus funcionários, além de que, não se trata de uma questão de luxo e sim de extrema necessidade. Já foi comprovado por inúmeros estudos que um ambiente profissional insalubre provoca perdas em produtividade e, consequentemente, em faturamento para a organização.

Quanto menos o desgaste no ambiente de trabalho melhor para o empregado e empregador. Enquanto em países mais desenvolvidos aumenta cada vez mais essa conscientização em saúde e prevenção de doenças, integrando bem-estar e produtividade, com qualidade de vida no trabalho, aqui, só no ano passado, o país teve gastos indiretos de aproximadamente R$ 42 bilhões com assistência médica e substituição de trabalhadores afastados por problemas de saúde ( Fonte Sebrae ). Os gastos com benefícios acidentários e aposentadorias especiais fez a Previdência desembolsar R$10,7 bilhões, cerca de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Os males de uma relação abalada entre funcionário e empresa pode gerar “fofoca”, desmotivação, desgosto pelo trabalho, indisciplina, falta de capacidade para execução, paralisia para adquirir conhecimento e falta de foco para o lucro.
Se uma empresa investe em programas de qualidade de vida, as perdas de produtividade e absenteísmo médico são drasticamente reduzidas, gerando lucro e retorno de investimento.


Falando com propriedade...

Trabalho em uma multinacional, uma empresa de nome no mercado, o sonho de muitos... e que a partir do momento que você faz parte disto, isto passa a ser um enorme pesadelo, particularmente se no seu caso, seu trabalho não for apoiado e tampouco valorizado. O “valorizado” ao que me refiro, não seria em questões salariais, e sim em apoio ao trabalho desempenhado, comprometimento dos pares, lealdade de seus superiores, coisas que a meu ver são primordiais e que consequentemente levam o quesito salário a se tornar secundário.

Como dito no estudo acima, um empregado desmotivado adoece, perde o foco, perde a estrutura psicológica de continuar exercendo suas funções, de investir em si mesmo e de continuar de cabeça erguida em seu ambiente de trabalho, logicamente o prejuízo é certo para ambos os lados.

Em empresas como a que trabalho, fala-se muito em motivação, em produtividade, em foco, e em resultados, porém, toda esta “lavagem cerebral” em prol da empresa depende somente de uma única e crucial “ferramenta”, a dita cuja da Motivação.


Não há dúvidas de que o principal responsável pela motivação na vida do indivíduo é ele mesmo. Não devemos delegar essa tarefa para ninguém além de nós mesmos. Não assumir a responsabilidade pela nossa motivação é, ao mesmo tempo, frustrante e pouco inteligente. É frustrante porque, uma vez que se não dependermos dos outros para estarmos motivados, temos mais chances de alcançarmos a motivação. Também é pouco inteligente porque deixar o controle de algo tão importante nas mãos de outra pessoa é simplesmente um absurdo pois geralmente, elas estão mais preocupadas com seus próprios problemas e dificuldades que mesmo que se importem ( o que é raro ) irão deixá-lo sempre em segundo plano.

No entanto, o chefe, o empresário, o diretor, o Team Leader, o Gerente, seja qual for o título da pessoa acima de você hierárquicamente falando, estas figuras possuem uma responsabilidade direta pela motivação dos seus funcionários se bem que existe uma frase que ilustra muito bem a atual realidade que nos deparamos hoje em dia “Hierarquia é como prateleira, quanto mais alto ela for, mais inútil se torna”.

Neste sentido, a primeira coisa que se deveria pedir a alguém em qualquer posto de comando é que, pelo menos, não desmotivasse seu pessoal. Em outras palavras, que não destrua as fontes de motivação natural que os empregados trazem dentro de si.

Ex: Não dê advertências a uma pessoa que já esta desmotivada e insatisfeita com a função que exerce e com o contexto de seu trabalho, isto somente demonstra que a empresa não se importa com a condição de seu empregado, isto destrói as esperanças e piora o quadro.

Depois de alcançar esse primeiro grande objetivo como chefe, isto é, não desmotivar os funcionários, ou ao menos não piorar ainda mais o estado de algum que já esteja em um processo de desmotivação, pode-se ir mais longe e definir então condições de trabalho que permitam ao profissional dar o máximo de si.

Quer saber Como ?

As receitas são fáceis de identificar, mas extremamente difíceis de seguir, sendo elas:

A) Criar um ambiente de trabalho em que reine a confiança, a transparência, onde não haja receio de compartilhar idéias e onde ninguém esteja sempre certo.

R: O Ambiente de trabalho favorável é criado com união das pessoas, com respeito, com lealdade e com Teamwork, além de comprometimento com as funções de cada um, pois muitas vezes, o trabalho de um, depende do trabalho do outro e vice versa. Na minha atual realidade sou o ponto final de um processo que não funciona, em uma empresa que joga com o nome e que não se preocupa com os resultados e com o serviço que é entregue ao cliente, isto desmotiva instantâneamente, pois faz com que a pessoa se sinta inútil e parte de um contexto inespressivo e sem propósito, onde o descrédito pela camisa que se esta vestindo se torna enorme e onde os valores da Cia passam a ser meras palavras coladas no Painel do Depto sem nenhum significado.


B) Proporcionar condições de trabalho (salários, prêmios em geral, expectativas de crescimento profissional etc.) baseadas na meritocracia, reconhecendo e premiando toda contribuição de valor real para o negócio (constituído por acionistas, clientes, trabalhadores etc.).

R: Isto para uma empresa que se julga referencial no seu segmento, que possue um nome e uma marca poderosa deveriam ser praticas realmente levadas a sério, mas, que sem dúvidas não faz parte em nenhum ponto da minha atual realidade.

C) Ter um responsável pela equipe disposto a apostar naquele empregado determinado: delegando, dando oportunidades de desenvolvimento — em suma, permitindo que as pessoas percorram o caminho que considerem mais propício ao crescimento: o seu caminho.

R: Este ponto é curioso dentro desta análise paralela que faço com minha atual realidade, primeiro pelo fato de não termos essa figura do responsável incentivador, segundo devido a falta de oportunidades por estar em um projeto nulo e terceiro que o caminho a seguir é vetado por razões diversas.

Entre as causas mais comuns de falta de motivação estão, sem dúvida, as condições salariais e as expectativas reais de ascensão profissional. Porém, há outro fator que, em geral influe diretamente na questão motivacional: o estilo da direção.

Muitos estudos de grande prestígio mostraram uma relação direta entre o estilo da direção, o clima no ambiente de trabalho, motivação, rendimento e resultados. Em outras palavras, a boa interação entre o chefe e seu pessoal faz com que os funcionários se sintam mais motivados, que riam mais e que, por fim, contribuam mais para os bons resultados do negócio.

R: Trabalhei em uma pequena empresa do ramo da construção civil, o trabalho era pesado, os ganhos pífios, a carga horária alta, mas, do momento em que colocava meus pés dentro da empresa até o momento em que saia da empresa, trabalhava sorrindo, brincando, o ambiente era maravilhoso. Hoje, trabalho em um ambiente carregado, desleal, com linhas de comando pessoal confusas, com mecanismos de trabalho falhos e com muita pressão e que culmina em uma estabilidade operacional fraca devido ao departamento responsável pelo meu trabalho e que acaba gerando erros diversos alheios a minha responsabilidade e que para minha eterna surpresa sou cobrado por eles sem que a solução dependa de mim. Isto na atual realidade desmotiva e me faz clamar por uma demissão. Estou cometendo uma espécie de suicídio profissional ( no que diz respeito a esta empresa ).


Mas o que é, de fato, trabalhar em equipe? Para isso, é preciso ter em mente uma série de condições:

1- Ter uma visão-missão comum. Todos os membros da equipe devem compartilhar um mesmo ideal.

R: Na atual conjuntura? Isto não existe.

2 - Compartilhar objetivos que coloquem em prática a visão-missão e que sejam compatíveis com os objetivos individuais.

R: A visão e a missão são compartilhadas, divulgadas, mas não são postas em prática, tudo não passa de uma seqüência de valores fantasmas.

3- Exercer uma liderança, individual ou coletiva, que direcione, coordene e impulsione a equipe, sobretudo em momentos difíceis.

R: Não há como exercer qualquer tipo de liderança em um contexto onde o trabalho não depende de sua equipe e os momentos difíceis nunca são superados.

4- Administrar talentos, situando da melhor maneira possível o desejo e o conhecimento de cada um dos membros da equipe.

R: Remanejamento de funções, talvez ajude, mas, não será por muito tempo.

5- Cultivar um espírito de equipe: valores, normas, atitudes e modelos de comportamento compartilhados. É preciso haver um sentido comum de pertencimento ao coletivo.

R: Na atual realidade, de se trabalhar como terceirizado em um Cliente, é impossível criar o sentimento de pertencer ao coletivo, a sua identidade profissional se confunde, o suporte não é dado e compromete toda a sequencia de valores, normas e etc.

6- Apresentar resultados: uma equipe funciona quando alcança os objetivos planejados.

R: E quando não se possue objetivos ? Quando o objetivo é chegar ao dia seguinte com o menor número de “incêndios” possível ?

7- Conceder incentivos: todos os membros da equipe devem ser recompensados por seu esforço. Todos devem sentir que vale a pena trabalhar na empresa.

R: O crime não compensa, logo, meu trabalho é um crime, definitivamente, na atual realidade não vale a pena.

Por fim, trabalhar em equipe não é o mesmo que se reunir simplesmente com outras pessoas e sim, compartilhar dos mesmos ideais, objetivos, metas, anceios, recompensas, objetivos e comprometimento que os demais.

Diversos estudos realizados entre trabalhadores de natureza e condição das mais diversas mostram o que se espera de um líder:

1. Que tenha conhecimento amplo e profundo do trabalho a ser realizado.
2. Que seja honrado e íntegro.
3. Que tenha visão do futuro.
4. Que instile esperança e paixão naquilo que faz.

Liderar consiste, enfim, em conseguir com que os demais façam o que devem fazer com profunda convicção e, sobretudo, que o façam tomando a si a responsabilidade para que isso aconteça.

R: Ou seja, deve-se ter experiência, lealdade, honestidade e sinceridade com os comandados, não se deve agir pelas costas, é primordial que o líder vislumbre algo e que leve sua equipe junto, fazendo-os crescer e evoluir com gana pelo que esta fazendo, não se deve jamais jogar os problemas para “debaixo do tapete” e mascarar os resultados para se vangloriar aos superiores. Isto tudo desmotiva quem esta na operação. Um líder sem ambição gera uma equipe vazia, e se torna uma barreira para seus comandados.

Este é apenas um paralelo, um pequeno esboço do que vivencio, ou melhor, do que deveria vivenciar por trabalhar em um local onde se espera que todo o possível seja feito para que a produtividade, a motivação e a qualidade de vida no trabalho estejam sempre unidas para que o resultados sejam atingidos... uma pena tudo ser apenas uma farsa...uma mentira contada por líderes despreparados e egoístas que visam somente o próprio umbigo.

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