terça-feira, 18 de agosto de 2009

Desordem e Regresso – O Grito da Indescência !! - Por Eduardo Junior Jr

Dia do Fico Versus Dia do “Não saio”.

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico." abaixo a ilustração deste dia histórico...

Para todos os que conhecem um pouco que seja da história de nossa nação e que acompanham a atual realidade política do país, é curioso ao menos para mim, ver a semelhança entre estes dois marcos da nação.

Na época de D. Pedro I, obviamente existiam os interesses por detrás desta decisão de ficar e etc, toda aquela exploração de Portugal e todo o potencial de uma nova nação com âmbitos continentais recém descoberta vindo a tona, tinhamos a exploração das riquezas naturais, da mão de obra escrava e naturalmente, D. Pedro I que não era nenhum tolo, vislumbrando tudo isso não quis “largar o osso” e decidiu ficar de fato.

A história meio que se repete com Sarney, o coronel esta sendo escurraçado, apontado e acusado de todo tipo de irregularidade, desde favorecimento a parentes (o bom, velho e Highlander Nepotismo ) até a maracutais em prol de fundações, construtoras, e prestadores de serviço ligados a nação em troca de favores e facilidades para benefício ou a favor de si próprio ou a favor de sua família, aliás, algo temos que reconhecer e levar para nossas casas, o amor fraternal, a união familiar, o amor que existe entre a família Sarney é digno de ser imortalizado, digno de ser documentado em filme ou de ser narrado por Cid Moreira em um de seus Cd’s Biblícos, realmente é tocante esta união, chega a ser uma união a lá mafiosa, nos moldes da família Corleone e ao mesmo tempo amorosa e fraterna como o amor entre os Hobbits do Condado, realmente é algo digno, embora Sarney fuja de todas as acusações e procure não se responsabilizar pelos atos de seu filho ou filha ou netos. Imaginem de Sam falasse “Frodo, se vira ! Você pegou este anel porque quis, problema seu !” seria a festa dos ORCS e de Smeagol.

Voltando ao foco.....

Nosso presidente do Senado, diz ser alvo de uma “perseguição nazista”, diz que um homem com a vida pública como a dele não pode passar por um momento como estes e ainda cita nomes de outros políticos que o acusam, insinuando possuir provas contra eles no melhor estilo “ minha defesa é o ataque”, porém, as guarda para si, talvez com medo das represálias, mas sempre deixando a mostra suas esporas do contra ataque, “Olha, não me provoca, eu vou me afundar mas levo meio mundo comigo se eu cair”.

Debaixo de toda essa saraivada de acusações, de ataques e defesas, o coronel diz em alto e bom tom que fica no poder, que não vai largar o osso. Tal como D. Pedro I o fez outrora. Temos o novo episódio do “fico”, um novo capítulo da história deste país.

Como em um capítulo de uma novela qualquer da série “Vale a Pena Ver de Novo”, a nação continua sendo sugada, explorada, emprobecida financeiramente e principalmente moralmente a troco de um digamos que “imperador”, um lord SITH que se acha magnânimo e intocável visando interesses secretos ( iguais as centenas de atos publicados por ele ) e que devido a vida pública que possue, se julga dono do poder e acima da lei, porém, o que ele aparentemente se esquece é de que a carta magma da nação, a Constituição Federal, aquele livrinho verde que cerceia e dita as regras da nação, em seu Artigo 5o diz que somos todos iguais perante a lei "sem distinção de qualquer natureza", portanto, com vida pública ou não, nosso coronel deveria SIM ser investigado e punido como todo e qualquer cidadão brasileiro que cometa ou que seja acusado de um crime, seja ele da natureza que for.

Pós Independência...

Ainda traçando este paralelo com o período da independência, os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia ( depois dizem que os Portugueses são burros, receberam uma boa nota na época para se livrar de um futuro muito problemático, sorte deles ! ) porém, sem este dinheiro, D. Pedro I recorreu a um empréstimo junto a Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou, ou seja, os ricos. Alguma semelhança com nossa atual realidade ????

Bem amigos, o que vemos hoje, salvas as devidas proporções, é uma nova forma de imperialismo, uma nova forma de arbitrariedade, onde os mais favorecidos brigam e se acusam entre si visando pura e simplesmente buscar a melhor posição para morder o bolo, mas enquanto isto, o povo vive de migalhas, com as sobras, e continua como sempre foi, desde os tempos mais primórdios, omisso vendo a desordem e imóvel se submetendo ao regresso....



Ao contrário do épico Senhor Dos Anéis, neste caso, vemos que Mordor e seus Orks vão vencer...

Um abraço....até a próxima.....


Eduardo Junior JR

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