sexta-feira, 18 de junho de 2010

estereotipos, Saramago e o MSN

Hoje os pseudointelectuaiscultsdescolados dassociaismarxistasloshermanos, citarão Saramago no orkut ou no MSN. Vão comentar sobre ele no bar... citar duas, três obras. E brindar.
Os alienados vão se perguntar "Quem morreu? Sara-quem?"
Os entendidos vão citar uma obra dele e vão dizer "Ele era foda! Escreveu "Ensaio sobre a Cegueira".
Os menos entendidos vão dizer "Ele é o cara do Ensaio sobre a cegueira, aquele FILME".
Os nacionalistas de copa do mundo vão dizer "Puts... é aquele cara que o CQC zuou! Bom mesmo é o Paulo Coelho".
Os sem informação nada dirão. Assistirão o Jornal Nacional, ouvirão o nome dele mas não escutarão (à espera das notícias da copa do mundo).
E cada tipo de brasileiro, com cada tique e cada jeito e cada rótulo vai fazer uma coisa diferente, sobre isso e sobre tudo, apenas porque acha que o seu estereotípo o faria... E o tempo vai passar... E o mundo vai girar e as coisas vão continuar exatamente assim... sendo feitas, faladas, comentadas e vomitadas... SEM O MENOR SENTIDO.
E o Saramago, nesse exato minuto, deve estar num bar lá no céu. Bebendo vodka barata ou Dreher, com deus, e rindo, junto com ele, de todos nós aqui embaixo... Seres pequenos que aprenderam a tratar a vida como um ciclo... Que são cíclicos, e adoram isso. Quando na verdade...ela, a vida, pode ser sempre, o que a gente quiser que ela seja. O problema, o único, é que a gente esqueceu quem a gente é...
Saramago não fará falta nenhuma no meu mundo. Fará falta no da família dele. Fará falta à esposa dele, aos filhos dele. As palavras são imortais... e foi isso que ele conseguiu através delas: Ser imortal. Escritor de livros brilhantes como "A caverna", "Jangada de Pedra", "O Evangelho segundo Jesus Cristo", etc e etc e etc. Ativista verde, ateu inveterado, repudiado pela igreja (hoje recebeu até uma homenagem da mesma), um dos maiores escritores do século passado. Espero que exista deus, outras vidas, outros planetas... e que ele vá pra algum muito melhor que o nosso... pelo que ele escreveu... e pelo que ele mudou minha vida... Ele merece.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lavagem Cerebral - Crie seu Ídolo - Por Eduardo Jr


Um ídolo (do grego antigo εἴδωλον, "simulacro", derivado de εἶδος, "aspecto", "figura") é, originalmente, um objeto de adoração que representa materialmente uma entidade espiritual ou divina, e freqüentemente é associado a ele poderes sobrenaturais, ou a propriedade de permitir uma comunicação entre os mortais e o outro mundo. A idolatria é, portanto, a prática de adoração de ídolos.

Na atualidade, especialmente após os avanços tecnológicos do século XX que permitiram um maior acesso da pessoa comum ao trabalho de artistas, políticos, e personalidades importantes, o termo "ídolo" expandiu-se da esfera divina para a esfera humana. É lugar comum a menção de pessoas famosas ou de destaque em sua área de atuação profissional como "ídolos", personalidades que se tornam, ou através da aclamação popular espontânea, ou através da atuação direta da própria mídia, objeto de adoração e devoção não religiosa.

Logo, diante do quadro exposto acima, fica claro e evidente que a evolução da tecnologia, o fácil acesso a informação e a cultura, nos proporcionou uma facilidade maior em criar ídolos, em criar mitos, em manufaturar exemplos de vida a serem seguidos, porém, por outro lado, nem sempre, ou melhor, quase sempre, estas pessoas “fora de série” não são dignas de tal idolatria.

Meu conceito particular de idolatria engloba muitos aspectos. Uma pessoa digna de se tornar um ídolo deve reunir uma gama de qualidades, um exemplo a ser seguido, para mim, necessita reunir atributos que vão muito além de sua área de atuação, exemplos: Um jogador de futebol não pode ser bom somente no futebol; um músico não pode ser bom somente na música e etc, sua condição de ídolo deve englobar acima de tudo, suas qualidades como ser humano, do contrário, nada de idolatria.

Ídolos devem transcender sua área de atuação, afinal de contas, uma vida inteira dedicada a determinada atividade no mínimo deverá fazê-lo bom naquilo que se dispõe a fazer, do contrário, isso o tornará uma aberração gritante de incompetência, o que, diga-se de passagem, é algo muito comum de se ver em todas as áreas.

Um exemplo crasso do que digo e do que vejo hoje em dia, é a idolatria a jogadores de futebol. A nova leva de ídolos é vazia, é oca. Vejo crianças dizendo que desejam ser iguais a determinado jogador quando “crescerem”, logicamente, uma criança não possui o discernimento correto para reunir em sua mente um conceito sobre alguém que englobe qualidades das quais me refiro, isso as inocenta neste caso, elas pecam pela ingenuidade, mas e quanto aos adultos que idolatram jogadores de futebol, que brigam por eles ? Jogadores estes que sequer se importam com o nome do presidente da república, que possuem como meta de vida somente ter uma Ferrari, que fogem de lares beneficentes e que se julgam acima do bem e do mal é um desafio a minha racionalidade.

Por outro lado, como fiel de uma balança defeituosa, temos a mídia, que cria esses pseudo mitos, os eleva e os condecora ao status de divindades, os endeusa e os empurra pela guela daqueles seres fracos de personalidade que possuem uma enorme dificuldade em avaliar a conduta de determinado “ídolo” e assim, com propriedade e critério, tê-lo como exemplo, como influência, como ídolo no sentido mais literal da palavra ou não.

Eu poderia dar nomes aos Bois, mas não irei fazê-lo, o objetivo deste texto é fazer com que as pessoas reflitam, pensem, analisem, relevem e concluam algo útil em suas vidas, sem querer ser o dono da verdade logicamente, mas, devemos ter cuidado com quem idolatramos, pois a decepção pode ser grande e atualmente, na grande maioria dos casos, nossos ídolos estão vazios e mergulhados na podridão, assim como qualquer um de nós humanos comuns, aliás, arrisco-me a dizer que estão muito mais corrompidos do que qualquer “humano mortal” comum, pois em 100% dos casos, estes seres possuem um poder aquisitivo enorme, o que os torna mais senhores de si ainda e conseqüentemente mais aptos a se tornarem falsos ídolos e falsas divindades.